Após muitos anos, retorno os posts. Hoje, resolvi compartilhar a minha experiência de ressuscitar o meu velho companheiro de guerra, um iMac que comprei quando o dólar era bem favorável diante do real, na então recente aberta loja da Apple no Brasil. O meu equipamento veio dos EUA, vejam só!
A máquina era impressionante na época. Só o vídeo de entrada, dando as boas-vindas em várias línguas, já foi suficiente para me conquistar! Migrei para a plataforma Apple. Comprei um MacBook, um iPad, um iPod e um iPhone. Tudo integrado. Tudo azeitado, tudo conectado!
Os anos se passaram, tudo ia muito bem, até que o iMac não apareceu no catálogo de produtos que receberiam o update do MacOS. Mas não fiz muita questão. Uma coisa que notei nos OS posteriores ao Snow Leopard é que a “tela azul da morte” (BSoD – Blue Screen of Death), tão comum no Windows, aconteceu pela primeira vez comigo após a atualização. Vi o contador do dump de memória na tela e o sistema se reiniciando. Algo inusitado. Achei que o MacOS era à prova de BSoD. E nos OS mais “modernos”, isso estava ficando mais frequente do que gostaria.
Passados 11 anos, recebo a informação de que o meu navegador de Internet não receberia mais updates por conta do SO antigo. Depois foi o meu antivírus. Instalei o Windows pelo Bootcamp e foi bom por um tempo. O processo foi sem problemas com as versões de Windows 7 e 8.1. Mas o meu HD original, de 500GB, começou a lotar. Com a instalação do Windows e dos demais softwares que eu usava, sobrava pouco mais de 100GB para dados. Nem preciso falar que as minhas fotos já não ficavam no HD, mas em uma unidade externa. Troquei o HD por um de 2TB. Não fiz isso por conta, apesar de ter visto vídeos de pessoas que o fizeram. Simplesmente porque eu não tinha as ferramentas e materiais necessários. As espátulas de plástico e as ventosas para tirar o vidro, a cola do vidro, a cola do sensor de temperatura colocado no HD e por aí vai. Muito detalhe e um perigo enorme de dar caca. Paguei uma loja especializada e beleza. Sim, podia ter instalado um SSD. Na época, o HD de 2TB de 7200 rpm me custou mais barato que um SSD de 128GB.
Por um tempo, fiquei nessa configuração de bootcamp. Até que a pandemia me deu o tempo necessário para tentar algo mais radical. Por que ficar com o MacOS instalado se eu não o uso mais? Resolvi apagá-lo e instalar o Windows 10. Eu sabia que teria dores de cabeça já que não teria os drivers apropriados para os vários componentes de uma máquina com 11 anos de idade.
No final, deu tudo certo. Consegui instalar o Windows 10 e corrigir os problemas pós-instalação. Um deles, muito chato, é a impossibilidade de controlar o brilho da tela por meio do Windows. A maioria dos fóruns que debatem o problema sempre apontavam como solução a atualização do driver da placa gráfica, uma antiga GeForce 9400 da Nvidia. O driver mais recente é o 340.2. Mesmo com esse driver, o controle de brilho é limitado. Não foi suficiente para deixar em um nível confortável para trabalhar à noite. Demorei duas semanas para resolver o problema de maneira definitiva.
No próximo post farei um detalhamento de quais problemas encontrei e como resolvi.
Por hora, basta dizer que tenho um iMac late 2019 com Windows 10 muito bom! Ele tem o desempenho de uma máquina mediana, com i3 e 4GB, toda atualizada em termos de software. Suficiente para navegar bem com várias abas, usar o pacote MS-Office 2016 de maneira decente e sem engasgos e com drivers de outros periféricos mais recentes que tenho. Vale a ressalva de que, além do HD, fiz um upgrade de memória para 12GB. Comprei dois pentes de 4GB e mantive os pentes originais, ocupando todos os quatro bancos de memória. Também deixei de usar o teclado e o mouse originais. Danificou uma tecla. Consertar ou comprar outro teclado custam um bom dinheiro. Acabei comprando um teclado ABNT2 e mouse Logitech.
Com isso, dei uma sobrevida ao equipamento. Ótima construção, todo em alumínio e vidro, muito compacto, muito silencioso, drive de DVD, entrada para cartão SD, excelente tela (apesar do reflexo), som encorpado e embutido, várias saídas USB, um mini DisplayPort que me garante uma conexão de nível USB 3.0 com o meu armazenamento externo e uma webcam embutida. O processador Core 2 Duo de 3,06GHz dá conta de empurrar tudo. Realmente impressionante. Onze anos, mas ainda útil. Um feito e tanto para tempos em que o obsoletismo reina e o dinheiro é curto. Afinal, 9 mil reais por um iMac de 21″ de entrada é para poucos.